
A pílula
A pílula é um método contraceptivo muito seguro quando correctamente usado. Existe desde 1955. É um comprimido que contém hormonas sintéticas semelhantes às que são produzidas pelos ovários das mulheres: o estrogéneo e a progesterona.
As hormonas que compõem a pílula têm como missão principal suspender a produção hormonal habitual, impedindo a ovulação, ou seja a libertação mensal do óvulo. Ora se não existem óvulos, não pode haver fecundação nem tão pouco gravidez.
Como tomar a pilula?
A toma da pílula efectua-se diariamente, durante 21 dias consecutivos, seguidos de um período de 7 dias de descanso. Neste espaço de tempo, ocorrerá a hemorragia de privação, “uma menstruação” e a segurança contraceptiva mantém-se se houver relações sexuais. Findos estes 7 dias, recomeça-se a toma da pílula com uma nova embalagem, mesmo que a “menstruação” ainda não tenha terminado.
A pílula deve ser tomada sempre à mesma hora, com um pouco de água e sem mastigar. Escolher algo que se faça diariamente (lavar os dentes, preparar o despertador, etc), para relacionar com a toma da pílula e assim evitar possíveis esquecimentos! Uma solução é ter uma embalagem de reserva para solucionar eventuais esquecimentos, ou substituir um comprimido perdido.
De que forma afecta a pilula o teu ciclo menstrual?
Geralmente as alterações que a pílula produz são no sentido de regularizar o período menstrual, ou seja, os dias de hemorragia passam a ser certos, diminuindo ao mesmo tempo a quantidade de fluxo menstrual. Por outro lado, no caso de antes de tomar a pílula haver perturbações e irregularidades menstruais, estas devem desaparecer com o seu uso. É muito pouco frequente que não suceda uma hemorragia de privação durante o período de pausa, “menstruação”, sobretudo se a pílula for tomada correctamente de acordo com as instruções que tiveres recebido. Se isto se verificar, a possibilidade de uma gravidez é muito reduzida. No entanto deves falar com um profissional de saúde antes de iniciar uma nova embalagem.
O que fazer no caso do esquecimento de uma ou mais drageias?
Se o atraso for inferior a 12 horas, tomar o comprimido assim que se der conta do esquecimento e continuar a tomar a pílula normalmente, tomando o comprimido seguinte à hora habitual.
Se o atraso for superior a 12 horas, esse esquecimento pode comprometer a eficácia da pílula: não tomar a dragreia esquecida, continuar a tomar as restantes drageias da mesma forma e à hora habitual e utilizar um preservativo durante 7 dias da toma da pílula (7 dias de pílula + preservativo).
Se o esquecimento for de duas ou mais drageias, então não utilizar mais aquela embalagem e usar preservativo durante as relações sexuais até que surja a menstruação. No primeiro dia da menstruação, iniciar a toma com uma nova embalagem.
Nas pílulas progestativas, o esquecimento por mais curto que seja, pode comprometer a eficácia. Habitualmente os esquecimentos nestas pílulas específicas não devem ultrapassar as 3 horas.
Este incidente não prejudicará em nada a saúde. O que acontece é que a embalagem vai terminar com um dia de antecedência, e o primeiro comprimido da embalagem seguinte deverá ser tomado um dia antes.
Que fazer no caso de vómitos ou diarreia?
- Se passaram menos de 3 horas:
Tomar outra drageia (mas de outra embalagem) e continuar a tomar o resto das drageias que estavas a utilizar, da mesma forma e à hora habitual. Desta forma mantém-se a protecção contraceptiva e não há nenhum risco adicional. Se não tomares outra drageia, usa preservativo.
- Se passaram mais de 3 horas:
Não te preocupes! A segurança contraceptiva está por aqui assegurada, logo continua-se protegida face a uma gravidez.
A pílula é sempre eficaz?
A segurança da pílula aproxima-se dos 98/99%, um índice superior a qualquer outro método. Em cada 100 mulheres/ano que usa a pílula o número de gravidezes ocorridas equivale a 0,1-1. Deve-se no entanto ter muita atenção no caso de se tomarem outros medicamentos para além da pílula, pois alguns podem diminuir a sua eficácia, do que são exemplo os antibióticos.
Quando tiveres dúvidas em relação à interacção da pílula com alguns medicamentos, pergunta a um profissional de saúde ou liga para um serviço de atendimento telefónico na àrea da sexualidade e saúde sexual e reprodutiva.
No primeiro mês da toma, a partir de quando é que a pílula é eficaz?
No 1º mês de toma, a eficácia da pílula não é garantida, pelo que deves usar preservativo. No mês seguinte, se a toma foi correcta, ou seja, após os 7 dias de descanso, de acordo com as instruções referidas na embalagem, a protecção contraceptiva inicia-se desde o primeiro dia da toma e mantém-se durante os 7 dias de pausa.
O que fazer no caso de aparecerem hemorragias?
Não se deve interromper a toma da pílula se durante os três primeiros meses de utilização aparecerem pequenas hemorragias, fora dos 7 dias de descanso. Estas hemorragias são geralmente de pouca intensidade e normalmente desaparecem espontâneamente. Pode significar que o organismo se está a adaptar. Se continuar além dos 3 meses, é aconselhável recorrer ao médico ou médica que receitou aquela pílula, que verá se tudo está bem ou se é necessário mudar o tipo de pílula.
Quais são as contra-indicações da toma da pílula e quem não a pode tomar?
Apesar da pílula poder ser tomada por qualquer mulher em idade fértil, existem algumas situações em que se aconselha o uso de outros métodos. Por isso, se pretendes iniciar a toma deste contraceptivo, é aconselhável consultares um médico, por exemplo a médica de família ou do centro de atendimento a jovens.
· Em mulheres fumadoras, a partir dos 35 anos recomenda-se o uso de outro método, já que a possibilidade de aparecimento de efeitos secundários graves aumenta.
· Também não deve tomar a pílula quem tem uma doença hepática (do fígado) em fase activa.
· Quem tenha ou tenha tido fenómenos trombo-embólicos ou vasculares, ou mesmo quem tenha familiares com estas problemas de saúde.
· Algumas mulheres ou raparigas podem estar sob medicação que não aconselhe a toma da pílula por haver interacção que diminua o efeito contraceptivo, por exemplo, alguns casos de epilepsia ou quem esteja em tratamento para uma tuberculose.
Daí que a toma da pílula deva SEMPRE ser acompanhada por um médico!
Quem pode usar a pílula?
A pílula pode ser tomada por qualquer mulher em idade fértil, sem contraindicações médicas para o seu uso, além das já referidas.
Existem em todo o mundo milhões de raparigas e de mulheres que utilizam a pílula como método contraceptivo. Este método tem sido alvo de estudos aprofundados. É importante salientar que a maior parte das mulheres saudáveis toleram-na perfeitamente. O risco de efeitos secundários graves é diminuto.
No entanto, se queres iniciar a toma da pílula deves fazê-lo com orientações de profissionais de saúde e sob o seu controlo. A pílula é um medicamento, e deve ser avaliada qual a pílula mais indicada para aquela rapariga / mulher específica.
Porque que razão há tantas pílulas diferentes no mercado?
As pílulas diferenciam-se umas das outras, tanto pela dosagem em estrogénio e em progestogénios, quanto pelo tipo de progestogéneos usados, o que permite adaptar uma pílula a cada caso concreto.
A Pílula protege das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)?
Não. Apesar da pílula possuir um indíce de protecção contraceptiva muito próxima dos 98/99%, não confere qualquer tipo de protecção em relação às IST, nomeadamente ao VIH, à Hepatite B e C, à sífilis e a herpes genital. Deve usar-se o preservativo em simultâneo com a pílula: só assim existe uma dupla protecção e até maior segurança contraceptiva.
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